quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Para o vazio não passar em branco

Hoje está acabando o primeiro mês de 2013. E me dei conta de que ainda não havia postado nada no blog neste ano. Então resolvi postar, a despeito da gripe que me nubla os pensamentos, impulsionada por uma bela reflexão que li no Facebook.

Lendo um lindo texto alheio sobre filhos, releituras, cheiro de manhã e Mrs. Dalloway, percebi o quanto este mês foi, para mim, vazio de inspiração. O quanto me deixei entrar na roda viva autômata de trabalhar loucamente enquanto grande parte dos outros descansava, o quanto questões profundas e até metafísicas tiveram de ser substituídas pela vida prática e por resoluções e atitudes pragmáticas, o quanto tive de deixar o "sentir" de lado para "agir". O quanto me esvaziei.

Não que isso seja ruim. Eventualmente é necessário e bom até. Mas nesse caso, acho que sufoquei coisas que não queria ter sufocado. E hoje me percebo longe de um caminho que queria traçar, sem exercitar o que me é mais caro. Se janeiro está terminando, o ano ainda está começando. E eu acho que o desafio deste 2013, pra mim, será tentar equilibrar desejo, necessidade e vontade. Sem deixar nenhum dos pratinhos estatelar-se no chão.