segunda-feira, 6 de maio de 2013

Somos tão jovens


Legião Urbana foi a banda da minha adolescência. O primeiro passo de muitas caminhadas musicais e literárias: Mônica gostava de Bandeira e do Bauhaus? Fui ler o primeiro e ouvir os segundos. Na dúvida, também fui ler a respeito da segunda.

A Legião ouvia Gang of Four antes da fama? Eu fui ouvir também. Gravei o videoclipe de “Há tempos” e assistia pausando, anotando o que via na estante que é cenário do clipe na esperança de ter contato com cada detalhe daquele universo: Bob Dylan, Judy Garland, Fernando Pessoa... Aos 13, quando o tempo livre era grande, ocupava-o tentando desvendar cada referência que percebia nas músicas e na história da Legião, que conhecia de cor e salteado, pelas fichas da Bizz, recortes de jornal e revista que eram guardados em pastas.

E foi conhecendo bem essa história que sábado entrei no cinema para assistir “Somos tão jovens”, que conta a “pré-história” da Legião, ainda em Brasília, antes de eles partirem para o Rio, no começo dos 80. Aborto Elétrico, o Trovador Solitário, o começo do Capital Inicial. Filme para fã, conta “mais do mesmo” do que eu já sabia, colando e editando rapidamente informações, com poucas novidades. Mas depois da sessão, vi que o filme agradou não só a fãs como eu, mas também a quem não tinha tanto tempo assim para gastar, ou para quem Legião não era a banda favorita da adolescência.  

Não é um grande filme, mas cumpre seu papel muito bem. A reconstituição de época é bem-feita e as figuras daquela época estão ali: Philippe Seabra, personagem, não precisa abrir a boca para ser reconhecido. Philippe Seabra, ele mesmo, faz uma ponta como personalidade de Patos de Minas, num momento de simpática diversão. Thiago Mendonça fica muito parecido com Renato Russo, a caracterização dos personagens remete bastante às figuras reais. Nicolau Villa-Lobos interpreta o pai. É um filme doce e singelo, sobre um tempo de certa inocência e sonho. E, no final, me emocionou. É, sempre mais do mesmo... não era isso que você queria ouvir (ver)?

5 comentários:

  1. Ainda não assisti a esse, mas tinha ouvido alguns dizerem que tinham se decepcionado... por isso fiquei até enrolando para ir ao cinema. Agora seus comentários "atiçaram" minha curiosidade novamente... Engraçado, eu sempre que ouvia Eduardo e Mônica ficava pensando em quem era o Bauhaus, mas nunca fui procurar saber. O Bandeira tudo bem, sempre gostei de ler e acabei por conhecê-lo de um modo ou de outro. Depois de pensar nisso lembrei de algo estranho: como que a gente curte uma coisa por anos e às vezes a curiosidade não aflora para entendermos essa coisa? Não sei se sou desligada demais... Mas outro dia, num karaokê, estava cantando Tédio, do Biquini Cavadão e aí que percebi, que era uma espécie de ode ao suicídio... e me supreendi por ter gostado tanto tempo de cantar sem prestar atenção à letra profundamente... rsss

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    1. Eliana, um texto muito bom a respeito desse filme está no link: http://camarneiro.blogspot.com.br/2013/05/somos-tao-jovens-2013.html
      E isso de ir procurar saber, acho que é porque sou curiosa demais! Mas sempre é tempo de descobrir novas visões sobre coisas a que a gente já se acostumou, não é? Isso revigora os temas e assuntos...

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    2. Obrigada pela dica, vou acessar o link, depois te comento o que achei.
      É verdade... eu geralmente sou curiosa, mas é que tem tanta coisa legal que fico meio perdida...ahahahaha sempre digo que 300 anos seriam poucos para essa existência tão fascinante de descobertas e aprendizados diários!
      Tenha uma ótima noite!
      Bjs

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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