quinta-feira, 4 de outubro de 2012

#prontofalei (oi, oi, oi)


Eu preciso confessar: estou viciada em Avenida Brasil. Sim, estudei Machado de Assis, sim, adoro Clarice Lispector, Pessoa, Poe e Borges, assisto Tarantino, Bergman, Kubrick e outras coisas assim. Mas eu também adoro televisão. Especialmente novela. Tanto que um dos meus amigos mais queridos eu conheci por ter começado a conversar com ele sobre uma obscura novela dos 90: Araponga. Meu TCC foi sobre uma novela – Roque Santeiro –, algumas lembranças de fatos eu relaciono com novela: “Nossa, isso aconteceu na época de Bambolê!”.

Não sei porque, mas tenho lembranças de novelas desde que sou muito pequena: Pão, pão, beijo, beijo; Livre para voar; Elas por elas, Um sonho a mais, Transas e caretas, Vereda tropical, Paraíso, Sinhá Moça; Champagne. Lógico que não lembro detalhes, mas essas coisas ocupam certo espaço na minha memória.

Muito cedo também, eu parei de seguir novela. Vamp foi a primeira que eu desisti de ver – porque aquela versão de “Sympathy for the devil” não me convenceu – e aí só voltei a acompanhar algumas tramas televisivas nos anos 2000. Mas são só algumas, não são todas. Até porque, quando eu vicio numa novela, eu começo a assistir todos os capítulos, compulsivamente. E isso era muito difícil antes de existir internet.

E é isso que está acontecendo comigo em Avenida Brasil. Não comecei a ver desde o primeiro capítulo, mas no segundo mês, eu já tinha viciado. Porque o ritmo é frenético (diminuiu de uns tempos para cá, mas antes, era!), porque a vilã é muito má (Adriana Esteves me surpreendeu), porque a mocinha não é tão boazinha assim e porque tem muita comédia com referências interessantes (Betty Faria arrasando como Pilar; o Nilo de José de Abreu cantando “Nem vem que não tem”; o Adauto de Juliano Cazarré dizendo que o tiramissú que se come na mansão é feito com queijo “Al Capone”).

Na verdade, eu nem vejo “Avenida Brasil”. Eu vejo a “Carminha”. Assim como eu parava para assistir a “Flora”, de “A Favorita”. Carminha é a Flora 2.0, apesar de não ser tão irônica e cínica (Carminha me lembra um pouco um desenho animado).  Além do quê, tem uma coisa divertida nessa novela: a Nina indicando livros para Tufão, como se o alertasse sobre a trama. Já rolou de tudo: “O Alienista”, “Dom Casmurro”, “Madame Bovary”, “A Metamorfose”, “Memórias Póstumas” e até um improvável “A interpretação dos sonhos”. Tudo pro Tufão entender que está sendo passado pra trás. Nada adiantou, por enquanto – o capitulo de ontem começa a me desmentir. Mas pode ser que esteja certa a “profecia” de José Simão: “Tufão só vai descobrir que é corno no Vale a pena ver de novo”.

Enquanto isso, eu não desgrudo da TV. #prontofalei.

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